domingo, outubro 22, 2006

Shanti

Mudança...
Saudade...
Do à bocado para o agora já muito mudou,
Do agora para o daqui a nada muito mudará.
Saudade acrescida na essência da vida,
Saudade em mudanças...por mudanças vividas.
Batalhamos em busca do melhor
Sem do melhor sabermos o que significa.
Procuramos o perfeito na imperfeição.
Mas em vez de olharmos a mudança
Revemos apenas o que já passou,
Presenteamos o que já vem passado,
Futurizamos o que ainda não vivemos.
Sentimos saudades do que já não temos
Ou, pensando bem, do que nunca tivémos.
Mudamos pela saudade
E a saudade muda-nos também.
Ludibriamos o próprio coração
Ansiando encontrar a estabilidade
No meio de ruínas sentimentalistas,
Muros de falsos sentimentos
Apenas encontramos a solidão.
Perscrutamos o Universo
Em busca da felicidade
Esquecendo este catálogo de ânsias
Que nos tornam as sombras da liberdade.
E, como aquela alma penada,
Vivo na sombra do Teu Ser.
E encontro-me comigo.
E encontro-me contigo.
E encontro-me com este, aquele e até outro.
E encontro o mundo.
E levanto o véu da vida.
E resisto a tudo.




[Nana...searching Shanti]

quinta-feira, setembro 21, 2006

Palavras Soltas

Quando há muito para dizer e os sentimentos se envolvem,
acabamos por nos esquecer de pequenas coisas que, mais tarde,
nos consomem pelo facto de não as termos dito na altura.
Podiam até nem ter grande importância mas tornam-se num fardo difícil de suportar.
É algo que completa a saudade,
absorve o sentimento
e não nos dá a força que desejariamos ter.
Mas acabamos por encontrá-la.
Mesmo que em palavras soltas.
Mesmo que em memórias agora cuidadas com mais pormenor.
No fundo, a força nunca se perde,
Apenas se torna mais difícil de a encontrar.
E não importa se é apenas minha,
se a encontro num ambiente,
se a encontro num amigo,
se a encontro num desconhecido,
se a encontro numa música,
se a encontro apenas ligada a um sentimento.
Acabamos por encontrá-la e isso já faz de nós vencedores.
Porque se tantas vezes temos a força para não dizer algo,
então,
temos também a força para vencer isso.
Porque sábio não é aquele que se mantém e se conforma
Mas sim aquele que vive em mudança.
A beleza e a simplicidade de um Ser sincero podem mudar um mundo e uma maneira de ver.
I Miss You.
Sem saber ao certo se é cedo ou tarde,
com palavras soltas digo que O amo,
mesmo que para Ele nada signifique.
Mas o tempo é algo que nada implica quando
existe a força do amor, da sinceridade, da confiança, da partilha.



Jinsei nana korobi ya oki
[seven times down, eight times up]

terça-feira, setembro 12, 2006

Memórias Vivas

São muitas vezes o pensamento do dia a dia.
Olhamos o passado e vemos logo o presente com outros olhos.
Por vezes isso pode ter tanto de bom como de mau.
Não exigimos nada no passado mas acabamos por perder a oportunidade de uma vida que mais tarde não nos é devolvida.
E lá vem a saudade, forte e a atacar tudo o que encontra no presente como uma ira feliz ou um simples pensamento demente.
E olhamos o presente e achamos que nada mais pode piorar mas acabamos por provar a nós mesmos o quanto esse pensamento estava errado.
E a felicidade? Essa existe.
Atrás de vagos pensamentos, recordações e sentimentos que outrora e agora se vão misturando.
Mas nada suporta a mentira, a omissão, a traição.
Nada faz com que a saudade deixe de ser saudade.
Nada volta, tudo de remodela, tudo se renova, tudo se transforma.
Ansiamos por isso?
Talvez sim. Talvez não.
Talvez o medo de perder nessas ocasiões jogue contra nós.
Não sei.
Uma alma perdida é mais complicado que um sentimento esquecido ou um coração apagado.
Pois acaba por ser um coração sem rumo e cheio de sentimentos perdidos no labirinto da vida.

Ai as memórias as memórias...

quinta-feira, julho 27, 2006

Momentos

Esta noite toquei-te
Na ternura de um olhar.
Toquei-te no mermúrio
Do suave bem estar.
Toquei-te como a um sonho perfeito
Na imperfeição da vida.
Toquei-te.
Senti-te.
Beijei-te.
Contigo como labirinto
Quis sentir-me perdida.
O teu cheiro.
O teu toque.
A tua provocação.
O teu beijo
Estridente de paixão.
Amigos.
Fecha-se o resto.
Cruzam-se os tempos
E digo para quem pouco entende:
A vida é feita de contratempos.
Toquei-te.
Senti-te.
Beijei-te...

terça-feira, julho 25, 2006

Noite e Dia..

No universo da noite
Na ternura de um olhar
No desenfrear do dia
Na doçura de um carinho
Consigo ver-te ao longe,
Como uma ilusão,
Como um sonho
Mas quem és tu?
Tu a quem procuro chegar.
Tu a quem procuro abraçar.
Serás a luz que me ilumina na noite escura.
Serás a sombra que me protege de tamanho sol.
Pois és um anjo que me olha.
Pois és um anjo que me sente.
Pois és um anjo que me adora.
Pois és um anjo que me entende.

sexta-feira, julho 21, 2006

Viver e Compreender..

«deu uma vista de olhos às lápides de ambos os lados, espantado pela falta de nomes, acabando por verificar que as gravações originais tinham sido praticamente apagadas pelos elementos e pela passagem do tempo.»

«... compreendia que tinha reagido à mágoa ao refugiar-se na segurança proporcionada pela solidão.»

«viver era ter companhia, ter tempo para passear de mãos dadas, conversar calmamente enquanto se assiste a um por-do-sol. Nada de deslumbrante, mas, em muitos aspectos, o melhor que a vida nos pode proporcionar.»

«quando uma pessoa se preocupa com outra, arranja maneira de compor as coisas»

(Nicholas Sparks "Quem ama acredita")

Aquele barco de borracha..

Há momentos que o melhor seria nem falarmos para não nos comprometermos.
Tenho saudades do romantismo de uma paixão mútua ou do simples 'acontecer natural'.
Mas não, a mentalidade de hoje em dia vive na base do sexo e os sentimentos passam como simples névoa.
E é então que me vejo como um barco de borracha no meio de um mar tempestuoso.
O pouco que tenho não me chega para pedir ajuda e, por vezes, perco as forças para lutar contra o mar.
Resta-me então conseguir sobreviver e acreditar que sou capaz de me manter inabalável no meio deste mar.
No meio desta mentalidade.


CaRpE DiEm..

quarta-feira, julho 19, 2006

Esse teatro que é a vida

Dei por mim a pensar na medriocridade da minha vida.
Hoje vi-a como a um teatro...
A musica vai tocando,os personagens vão entrando e saindo como que cantando a sua razão para estarem em palco,
O público vai aplaudindo como que esperando sentir-se útil e agradável para a representação.
No fim, tudo não passa de mais uma simples actuação,
Cai o pano e todos ficam na escuridão.
Os personagens que passaram pelo palco... Arrumam as suas coisas e não olham para trás em busca de uma recordação..
O público sai e comenta o teatro,
O que pouco tempo depois desaparece sem dó.
E o teatro?
Continua ainda na escuridão até que novos personagens e novo público o elumine e faça brilhar.
Mas nunca o teatro se perde..
Afinal, tudo o que havia sido dito noutros peças surge de cada vez que uma nova actuação decide entrar no teatro.
E de novo os velhos brilhos da ínfima felicidade de uma actuação reluzem no novo público que se senta para ver esta nova representação.
PORQUE NAQUELE MOMENTO NUNCA SERÁ UM ADEUS MAS SIM UM ATÉ JÁ!!!
Creio que isto pertence a todos aqueles que nos últimos anos têm pertencido à minha vida... Entrando e saindo nuns e noutros momentos mas sempre permanecendo no meu coração, nos meus sentimentos, na minha saudade, na minha recordação, na minha amizade.